Excelência e dedicação ao associado!

  (16) 99710-6190      (16) 3511-3300        Rua Dr. Pio Dufles - 532 Sertãozinho | SP

ISO estima déficit de 5,466 milhões de toneladas de açúcar na safra global 2024/25

A Organização Internacional do Açúcar (ISO) lançou sua mais recente edição do Relatório Trimestral de Mercado (Quarterly Market Outlook – QMO), trazendo a terceira revisão do balanço global de açúcar para a safra 2024/25. Segundo o documento, o déficit global – diferença entre o consumo e a produção mundial —- atingirá 5,466 milhões de toneladas, um aumento de 585 mil toneladas desde a última atualização em fevereiro. Esse é o maior déficit global registrado nos últimos nove anos.

A produção mundial de açúcar para 2024/25 foi revisada para 174,795 milhões de toneladas, representando uma queda de 6,469 milhões em relação à safra anterior. Essa redução é explicada, principalmente, pela produção abaixo do esperado na Índia e no Paquistão. Por outro lado, o consumo mundial está projetado para alcançar um recorde de 180,261 milhões de toneladas, um leve recuo de 160 mil toneladas frente à estimativa anterior, indicando um crescimento do consumo inferior a 0,6%.

Comércio internacional e estoques: impacto no mercado e preços

O relatório destaca mudanças significativas na dinâmica do comércio global de açúcar. O volume comercializado deve cair substancialmente, com as exportações previstas em 63,323 milhões de toneladas, contra 69,342 milhões da temporada passada. Apesar disso, o balanço comercial permanece equilibrado, já que a demanda por importações deve atingir 63,133 milhões de toneladas.

Esse cenário de déficit global tem sido parcialmente compensado pela redução dos estoques nacionais, que devem fechar a safra no menor nível dos últimos nove anos. A relação estoques/consumo deve cair de 55,57% para 52,11% entre 2023/24 e 2024/25. O ISSO também reporta um estoque ajustado, levando em conta perdas no processo de refino e atualizações dos membros, que poderá atingir o nível mais baixo em 13 safras no mês de setembro.

Nos últimos três meses, os preços globais do açúcar apresentaram enfraquecimento. Em maio, o preço médio diário do ISA foi de 17,74 centavos de dólar por libra, enquanto o índice ISSO para o açúcar branco ficou em 491,04 dólares por tonelada. Para os próximos três meses, a perspectiva de preços permanece entre neutra e otimista, refletindo o aumento do déficit, o que exige que os produtores brasileiros de açúcar de cana mantenham suas operações sem interrupções para atender aos níveis de exportação esperados para o período de maio a setembro de 2024.

Projeções para etanol: crescimento mesmo diante de desafios econômicos

A produção global de etanol está estimada em 120,7 bilhões de litros para 2025, aumento de 1,9% em relação a 2024, com o consumo acompanhando essa expansão para 119,5 bilhões de litros. O crescimento reflete a força estrutural das políticas globais de combustíveis renováveis, apesar das dificuldades econômicas.

Regionalmente, os destaques ficam para a produção moderada dos EUA, estimada em 60,7 bilhões de litros, e o crescimento no Brasil, com previsão de 34,48 bilhões de litros, impulsionada por uma safra recorde de etanol à base de milho, estimada em 9,5 bilhões de litros. A Índia apresenta a maior trajetória de crescimento, projetando 8 bilhões de litros em 2025 para cumprir sua meta ambiciosa de 20% de mistura de etanol, com um plano recente visando 30% até 2030.

Mercado de melaço e adoçantes: tendências e debates

No mercado europeu, os preços do melaço devem subir em 2025 devido à queda na área plantada de beterraba. O volume exportável permanecerá restrito, especialmente com a contínua taxação da Índia sobre melaço e sanções voluntárias contra produtos russos. Embora tanto a União Europeia quanto os EUA tenham importado menos em 2024, espera-se que a UE aumente suas importações ainda em 2025, enquanto nos EUA a competição com preços do milho para ração e a taxação de 10% nas importações devem reduzir o volume importado de melaço.

No universo dos adoçantes intensos, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) declarou o acesulfame-K seguro após reavaliação, porém crescem as preocupações sobre o aspartame, com pedidos para sua proibição. O adoçante à base de estévia fermentada da Cargill foi aprovado na UE. Novas pesquisas sugerem propriedades antimicrobianas para a sacarina, enquanto estudos indicam que o sucralose pode contribuir para o aumento da obesidade global devido a efeitos no cérebro humano.

Compartilhe este artigo:

LinkedIn
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *