FenaBio estreia na Fenasucro & Agrocana com debates sobre etanol, biodiesel, inteligência artificial e SAF

Novo espaço da feira reforça protagonismo brasileiro nas bioenergias e projeta tendências para mobilidade e descarbonização
O segundo dia da 31ª edição da Fenasucro & Agrocana marcou a estreia da FenaBio, espaço exclusivo da feira dedicado a discutir o presente e o futuro das bioenergias. Em dois palcos simultâneos, seis painéis reuniram autoridades, especialistas e líderes empresariais para analisar estratégias, inovações e políticas que reforçam o papel do Brasil como referência mundial em energia limpa.
Logo na abertura, o painel “Impactos da nova agenda geopolítica para a bioenergia no mundo” destacou o potencial nacional para liderar a mobilidade verde. Flávio Assis, CEO da Lecar, apresentou a Lecar Campo, primeira picape de cabine dupla híbrida flex do país, capaz de rodar até mil quilômetros com apenas 30 litros de etanol, e defendeu que o biocombustível brasileiro será peça-chave na transição energética global.
A tecnologia foi tema central no painel “Tecnologia, IA e o futuro das bioenergias”. Gonçalo Pereira (Unicamp) ressaltou que o etanol, além de renovável, é gerador de empregos e precisa ser valorizado. Daniel Medeiros (CTC) apresentou inovações como sementes artificiais e gêmeo digital da cana, capazes de dobrar a produtividade até o fim da próxima década.
Simultaneamente, no debate “O futuro do etanol”, especialistas defenderam ampliar o consumo interno e explorar novas rotas, como o etanol de milho, lembrando que 78% da frota brasileira já é flex.
O biodiesel também ganhou espaço no painel “O papel do biodiesel na transição energética”, que reforçou seus benefícios ambientais e econômicos. Presente em 15% do diesel comercializado no país, o biocombustível evita a importação de cerca de 15 bilhões de litros por ano e fortalece a agricultura familiar.
Já o painel “Céu e Mar: desafios para as bioenergias” abordou o SAF (combustível sustentável de aviação), com expectativa de produção em escala comercial a partir de 2027 e foco na exportação para mercados como Europa e EUA.
Encerrando o dia, “Bioenergias e o futuro da mobilidade sustentável” discutiu a descarbonização do transporte até 2040. Renato Romio (Instituto Mauá) e Henry Joseph Junior (Anfavea) alertaram que, mesmo com eletrificação e maior uso de biocombustíveis, as emissões podem subir 6% até 2040 devido ao crescimento da frota de 45 para 71 milhões de veículos.
Para Daniel Pereira, gerente de produto da FenaBio, a criação do espaço responde a uma demanda estratégica:
“A FenaBio nasceu para ampliar o debate e mostrar como as bioenergias estão no centro da transição energética. O Brasil tem tecnologia, experiência e potencial para ser protagonista nessa agenda”.
A Fenasucro & Agrocana termina nesta quinta-feira (15), consolidando-se como a maior plataforma de negócios e inovação da bioenergia, reunindo fabricantes nacionais e internacionais, soluções tecnológicas e tendências para o futuro do setor. Mais informações no site www.fenasucro.com.br.
Compartilhe este artigo:
Veja também:
Você também pode gostar
Confira os artigos relacionados: