Agro brasileiro ganha tração em novembro e amplia pressão por eficiência no campo
Exportações somam US$ 13,4 bilhões e crescimento reforça necessidade de tecnologia para enfrentar clima instável e exigências sanitárias
O agronegócio brasileiro encerrou novembro com um sinal de força no comércio internacional. Mesmo com preços globais mais moderados, as exportações do setor atingiram US$ 13,4 bilhões, alta de 6,2% frente ao ano anterior, impulsionadas pelo avanço de 6,5% no volume embarcado. Os dados do Ministério da Agricultura e Pecuária confirmam a expansão da presença brasileira no mercado global e revelam a importância crescente da eficiência produtiva para sustentar esse desempenho.
De janeiro a novembro, o país acumulou US$ 155,25 bilhões em vendas externas do agro, o maior resultado já registrado para o período. A China segue como principal destino, com US$ 52,02 bilhões, seguida pela União Europeia e pelos Estados Unidos. Mercados como Índia e México também ampliaram suas aquisições, enquanto a abertura comercial dos últimos anos criou mais de 500 novos destinos para produtos brasileiros desde 2023, ampliando oportunidades para cadeias antes menos consolidadas.
O ambiente produtivo, porém, se mostra mais adverso. Estudos da Embrapa projetam aumento de 46% na incidência de doenças agrícolas até 2100, afetando culturas como soja, café, hortaliças e frutas. Segundo Thiago Grimm, agrônomo e especialista em manejo e tecnologias agrícolas, a variabilidade climática aumenta os riscos operacionais. “Eventos extremos aceleram o ciclo de pragas e doenças, exigindo maior precisão no uso de insumos e na proteção das áreas produtivas”, afirma.
Os números de novembro mostram esse contraste entre expansão comercial e pressão no campo. A soja em grãos movimentou US$ 1,83 bilhão, avanço de 64,6%, enquanto o café verde somou US$ 1,5 bilhão. A celulose chegou a US$ 939,2 milhões e o algodão registrou US$ 640,1 milhões, ambos com forte crescimento de volume. Feijões, pulses e gergelim ganharam espaço graças à abertura de mercados como Rússia, Líbano, Peru e Coreia do Sul. O gergelim teve desempenho recorde, com US$ 70,9 milhões e 72,3 mil toneladas exportadas.
Para sustentar a competitividade, a qualidade e a regularidade da produção tornam-se fatores decisivos. É nesse ponto que a engenharia de aplicação ganha papel estratégico. Falhas na formação de gotas, subdosagem ou cobertura limitada comprometem o controle fitossanitário, elevam custos com reaplicações e ampliam o risco de resistência de pragas.
Francisco de Carvalho, gerente comercial da Hydroplan EB, destaca a dimensão estrutural desse processo. “Os recordes de exportação dependem da capacidade de o produtor proteger a área com precisão. Quando a aplicação é eficiente, há menos perda e menor risco de exceder limites sanitários exigidos pelos compradores. É uma engenharia silenciosa que sustenta toda a cadeia”, afirma.
Com novas exigências internacionais, maior demanda por rastreabilidade e clima mais instável, o Brasil enfrenta o desafio de reduzir perdas, otimizar insumos e fortalecer tecnologias que garantam produtividade contínua. A engenharia de aplicação se firma como um dos pilares que permitem ao país manter sua posição entre os maiores fornecedores de alimentos, fibras e energia do mundo.
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