Agro em alta: setor deve puxar alta de 9% no PIB do agronegócio em 2025

Em meio às incertezas econômicas globais e nacionais, economistas destacam protagonismo do agro e reforçam necessidade de novos acordos comerciais
O agronegócio brasileiro continua a se firmar como motor de crescimento da economia nacional. Em 2025, o setor deverá registrar uma alta de 9% no Produto Interno Bruto (PIB), com perspectivas de manter esse ritmo também em 2026. As estimativas foram apresentadas nesta quarta-feira (6) pelo economista Sergio Vale, da MB Associados, durante sua participação no Congresso Andav 2025, realizado na capital paulista.
Segundo Vale, o Brasil deve fechar o ano de 2025 com um crescimento de 2,2% no PIB total, impulsionado majoritariamente pelo desempenho do agronegócio. O economista, no entanto, alertou para os desafios econômicos e fiscais que ainda cercam o país. “O ajuste fiscal será inevitável em 2027. Não porque o governo queira, mas porque o cenário vai exigir. Só assim manteremos esse ciclo positivo”, afirmou.
Agro segue forte, mesmo com cenário global instável
Durante sua palestra, Vale analisou a conjuntura econômica internacional e os impactos para o Brasil. De acordo com ele, questões geopolíticas e decisões protecionistas adotadas por países como os Estados Unidos podem representar obstáculos, mas também reforçam o papel estratégico do Brasil no fornecimento global de alimentos, petróleo e terras raras.
“O agro representa cerca de um quarto do PIB brasileiro e responde de forma mais eficaz aos desafios externos do que outros setores, como a indústria. Ainda assim, precisamos acelerar a busca por novos mercados, especialmente diante do ‘choque Trump’ e da adoção de tarifas que encarecem importações e elevam o risco de recessão nos EUA”, explicou.
O economista criticou as políticas tarifárias norte-americanas, apontando que essas medidas aumentam o custo dos produtos importados e pressionam a inflação local. “Elas empobrecem o país e não são sustentáveis. Como a economia americana depende de serviços e importações, tarifas só agravam a situação”, argumentou. Para ele, uma possível alternativa seria o aumento de impostos, embora reconheça que o governo norte-americano encontra dificuldades para cortar despesas.
Brasil precisa avançar em acordos internacionais
Vale enfatizou a necessidade urgente de o Brasil firmar acordos comerciais com países ricos, diversificando sua pauta de exportações e reduzindo a dependência do mercado americano. “O agro tem maior resiliência, mas não pode ficar preso a mercados instáveis. Os empresários precisam focar na nossa força interna e expandir para novas fronteiras comerciais”, destacou.
Apesar do ambiente internacional conturbado, o economista reforçou que o Brasil tem vantagens competitivas sólidas, e que é necessário focar na previsibilidade, produtividade e eficiência para manter o ritmo de crescimento.
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