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Amcham Brasil vê tarifas dos EUA derrubarem 25,7% das exportações taxadas em setembro

Itens isentos avançam 12,3% e ampliam desequilíbrio; superávit americano com o Brasil chega a US$ 5,1 bi no ano

As tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros seguem distorcendo o fluxo comercial bilateral, aponta a nova edição do Monitor do Comércio Brasil–EUA, da Amcham Brasil. Entre janeiro e setembro de 2025, as exportações do Brasil aos EUA recuaram 0,6%, enquanto as importações de bens americanos cresceram 11,8%, elevando o superávit dos EUA para US$ 5,1 bilhões — quatro vezes o registrado no mesmo período de 2024.

Setembro concentrou a maior inflexão do ano: as vendas brasileiras aos EUA caíram 20,3% na comparação anual. O tombo foi liderado pelos itens com sobretaxas de 40% e 50%, que despencaram 25,7%, ao passo que os produtos isentos avançaram 12,3%.

“Os dados de setembro reforçam o impacto das tarifas. Produtos sujeitos às sobretaxas registraram retração de 26%, que pode se intensificar nos próximos meses. O avanço das negociações entre os governos será crucial para reequilibrar o comércio”, afirma Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.

Importações em alta, desequilíbrio maior

No acumulado de 2025, as importações brasileiras somaram US$ 34,3 bilhões (+11,8%). A alta foi puxada por medicamentos (+49,8%), óleos combustíveis (+46,6%), óleos brutos (+31,7%) e motores e máquinas não elétricos (+28,9%), refletindo a forte integração das cadeias produtivas.

Os bens da indústria de transformação, que sustentaram o avanço exportador em 2024, cresceram apenas 0,4% entre janeiro e setembro de 2025 — menor ritmo em três anos. Ainda assim, o valor exportado (US$ 23,3 bilhões) permanece recorde na série. A manutenção de tarifas elevadas ameaça não só as vendas externas como a corrente de comércio, que atingiu US$ 63,5 bilhões, mas já mostra desaceleração.

Perspectiva e agenda política

A Amcham defende um diálogo econômico de alto nível entre Brasil e EUA para recompor o equilíbrio nas trocas e proteger investimentos e empregos associados à relação entre as duas maiores economias das Américas. Nesse contexto, o contato entre os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva é visto como passo importante rumo a soluções negociadas que mitiguem os impactos tarifários.

“O comércio Brasil–EUA é sustentado por uma rede ampla de empresas e interesses mútuos. Esperamos que o diálogo presidencial abra caminho para negociações que devolvam previsibilidade e preservem — e expandam — comércio e investimentos bilaterais”, diz Abrão Neto.

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