Canaoeste promove palestra contra Sphenophorus levis na Usina Moreno
O Sphenophorus levis, mais conhecido como bicudo da cana, praga que, se não combatida, devasta plantações e reduz a produtividade e longevidade do canavial, foi tema de uma palestra realizada pela equipe de agrônomos da Canaoeste, no último dia 27 de julho, na Usina Moreno, localizada em Luiz Antônio-SP.
Em sua apresentação, Daniela Aragão Bacil, agrônoma da Canaoeste, falou sobre o ciclo da praga do Sphenophorus, que, em todos seus estágios, pode permanecer por mais de 200 dias na plantação.
“A maior parte do ciclo do inseto, ocorre protegida dentro dos rizomas, no subsolo e quando se tornam adultos, podem se abrigar também, nas touceiras dos colmos. Na fase de larva fazem galerias no rizoma, causando prejuízos severos. Essa proteção natural dificulta a eficiência dos inseticidas químicos e biológicos”, explicou Bacil.
“Ante à dificuldade de evitar sua proliferação, o melhor a se fazer é evitar sua introdução nas áreas de cultivo, através da utilização de mudas saudáveis e da limpeza adequada de máquinas e equipamentos que tenham sido utilizados em áreas infestadas, para evitar o transporte de restos vegetais contaminados”, ressaltou a agrônoma.
Bacil explica ainda que, a partir do momento que a praga já se manifesta na plantação, a maneira mais eficaz de reduzir sua população é destruir mecanicamente as touceiras infestadas durante a época seca do ano e adotar um vazio sanitário por, pelo menos, 4 ou 5 meses.
A agrônoma adverte, no entanto, que, se a destruição das touceiras não for realizada de forma eficiente ou o vazio sanitário for curto, a aplicação de inseticidas no sulco de plantio pode se fazer necessária.
Entre as ações preventivas no plantio, Bacil destacou o uso de inseticidas (instalar iscas, com inseticidas, melaço e água, de novembro a março): “O uso de inseticidas nas touceiras é essencial para manter a população da praga em níveis baixos nos canaviais”. Com relação ao controle químico, ela destacou a necessidade de rotacionar moléculas, não usar subdoses e fazer o uso aliado ao biológico.
Antes de entrar na questão da prevenção da praga, o evento contou com uma palestra de apresentação dos serviços e benefícios que a Canaoeste disponibiliza aos seus associados, feita pela gestora técnica Alessandra M. P. Ramos Durigan. Ela destacou a abrangência da associação, que está presente em 12 regiões – compostas por cerca de 80 municípios – e atende a mais de 2.100 produtores.
A equipe da Canaoeste destacou as ações desenvolvidas pelo Suporte Técnico e Agronômico da associação e os trabalhos prestados pela equipe de campo, sendo que 90% desses levantamentos estão relacionados ao combate de pragas que atingem o canavial. Entre os serviços oferecidos, estão o de Geotecnologia, que inclui desmembramento e aglutinação de áreas, elaboração de mapas, plantas e croquis, serviços com apoio de drones, análise de biomassa, entre outros.
Há também o trabalho de assessoria jurídica, voltada para questões específicas da área da atividade rural canavieira, licenciamento e acompanhamento ambientais junto a órgãos como CETESB, IBAMA, DAEE, entre outros, além do plano integrado de safra, com ações de prevenção e combate a incêndios. A palestra também destacou as ações do programa SEMEIA, que, por meio do suporte aos associados para a prática de ações sustentáveis, prepara os produtores para que possam obter certificações.
Outro fato destacado, na oportunidade, foi a biofábrica CanaoesteBio, que atuará na produção dos bio-organismos Metarhizium e Beauveria, com comercialização exclusiva para associados.
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