COMITIVA DO PROTOCOLO ETANOL MAIS VERDE

Comitiva do protocolo etanol mais verde conhece o ecossistema de serviços da Canaoeste e se surpreende

Sinergia entre setores e serviços chamou a atenção do grupo que visitou a associação

24/10/2022 08:00

Recentemente, o Protocolo Etanol Mais Verde completou 15 anos. Firmado em 2007 de maneira voluntária por usinas e fornecedores de cana junto ao Governo do Estado de São Paulo, o programa favoreceu o desenvolvimento sustentável do setor, superando os desafios da mecanização da colheita canavieira no estado.

Como resultado, o programa incentivou a eliminação da queima, proteção e restauração de matas ciliares, conservação do solo, proteção à fauna, conservação e reuso da água, aproveitamento dos subprodutos da cana-de-açúcar, responsabilidade socioambiental, boas práticas no uso de agroquímicos, prevenção e combate aos incêndios florestais, além de adequação à Lei Federal nº 12.651/2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa.

Em comemoração à data, uma solenidade foi realizada na Capital paulista e contou com diversas autoridades, entre elas, representando a Orplana, o gerente de geotecnologia da Canaoeste Fábio de Camargo Soldera. “Foi um evento para comemorar os 15 anos do Protocolo que hoje está sob alçada da Secretaria de Agricultura. Além disso, fazem parte a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, Cetesb, Unica e Orplana”, destaca Soldera que acrescenta. “No meu caso, eu represento a Orplana no protocolo. Na oportunidade, o secretário Francisco Matturro destacou alguns colaboradores da Secretaria de Agricultura que vieram para reforçar o protocolo, através da análise de documentação entregue pelas Unidades Industriais e pelas associações”.

Para fazer parte do protocolo, que é voluntário, as Unidades Agroindustriais devem entregar na Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente um plano de ação que estabelece medidas detalhadas, metas e prazos para cumprimento das diretivas técnicas definidas pelo Protocolo. A mesma regra vale para a adesão dos fornecedores de cana, que devem obrigatoriamente serem realizadas por meio de uma Associação.

De acordo com a secretária de Meio Ambiente, os Planos de Ação “são ótimas ferramentas para a criação de bases de dados sobre o setor sucroenergético, pois sistematizam as propostas de ações por parte das Unidades e Associações aderentes e permitem o acompanhamento e monitoramento da realidade das atividades do setor no Estado de São Paulo”.

Os dados permitem que o Governo Estadual defina políticas públicas e indicadores de desempenho para auxiliar as boas práticas da produção de açúcar e álcool e garantir a sustentabilidade ambiental do setor. Os Planos são analisados por um comitê tripartite formado por técnicos da SMA-SP, SAA-SP e Unica, que avaliam as ações propostas e cronogramas adotados para aprovar ou requerer complementações ou informações adicionais.

Ciente da importância dessas ações, a Canaoeste, que é aderente ao Protocolo Etanol Mais Verde, recebeu a visita dos membros desse comitê. Na ocasião estiveram presentes a diretora técnica do Centro de Agroecologia e Serviços Ambientais da CATI, Carolina Roberta Matos; o engenheiro-agrônomo, responsável pela Casa de Agricultura de Igarapava da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Paulo Henrique Soares Barcelos; o diretor da Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Rafael Frigério; e o agrônomo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Caio Vinicius Alecrim Souza.

Durante todo o dia eles acompanharam de perto as ações e serviços oferecidos pela Canaoeste, visitaram os departamentos jurídico, administrativo e de marketing, além de conhecer a Biocoop. A visita foi guiada pelo gerente de geotecnologia da Canaoeste e representante do comitê de sustentabilidade da Copercana, Fábio de Camargo Soldera, que apresentou os membros a cada departamento da associação. “Foi uma honra receber o grupo executivo do Protocolo Etanol Mais Verde aqui na Canaoeste. Eu me senti honrado, até porque faço parte desse grupo e foi uma situação diferente, pois apresentei a Canaoeste também como membro do grupo executivo” destacou Soldera que acrescentou “esse grupo delibera as ações, fiscaliza, identifica as diretivas propostas pelas associações e pelas unidades industriais e, anualmente, realizamos visitas técnicas com a finalidade de identificá-las”.

“A visita vem como parte dos trabalhos do Etanol Mais Verde, que justamente está comemorando seus 15 anos. E nesse momento pós-pandemia, justamente com a retomada dessas visitas de campo, mas o fato é que sabemos do trabalho de excelência da Canaoeste e hoje serviu para conhecer ainda mais todas as vertentes de atuação nesse suporte que é dado para todos os associados da Canaoeste”, destacou Rafael Frigério. “Tivemos oportunidade, se não me engano, em 2012, de visitar a Canaoeste e bastante coisa melhorou. Hoje observamos que é uma associação que está entregando os serviços, que somente algumas usinas conseguem ofertar, produzir ou ter tecnologia disponível para os seus associados”, destaca Carolina Matos, que acrescenta “O bacana é que vemos que tudo isso dependeu também de os associados acreditarem na Canaoeste e na Canaoeste acreditar nos associados para que pudesse conseguir acessar essas tecnologias e torná-las disponíveis. Acreditamos que a agricultura digital é uma realidade e um caminho sem volta”.

Dentro das visitas institucionais, o grupo conversou com o gestor corporativo Almir Torcato, que apresentou os serviços oferecidos pela associação, destacando as ações de representatividade da Canaoeste perante ao setor e seus associados. Em seguida, os membros do comitê conheceram os trabalhos realizados pela equipe de Geotecnologia da associação, entre eles, os que têm relação com o Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Eles puderam entender como oferecemos os trabalhos de sistematização de área para plantio e colheita de forma mecanizada, além do uso de imagens de drone para verificar a matação. Então, é uma gama de serviços bem completos que possuímos e que, consequentemente, quase todos estão lincados à área de sustentabilidade, que é o principal forte do Protocolo Etanol Mais Verde”, destaca Soldera.

“Chamou muito a nossa atenção os serviços relacionados à questão de topografia, geoprocessamento e quanto esse serviço de base possibilita que outras plataformas venham na sequência, sejam acopladas ao serviço, como a própria adequação ambiental ou a própria aplicação de produtos para a cultura da cana, o controle de pragas, enfim, tudo depende dessa base e a Canaoeste já está se adiantando, se antecipando em relação ao futuro, promovendo o acesso a essas tecnologias para os seus associados”, aponta Carolina.

Saindo da sede da Canaoeste para o campo, o grupo visitou uma área de reflorestamento e acompanhou um trabalho de manejo de pragas da equipe agronômica em um canavial da região. “Esse reflorestamento foi elaborado pela equipe da Canaoeste e hoje está bem desenvolvido. Então, isso demonstra a eficácia e o profissionalismo da equipe técnica que elaborou o projeto, acompanhou e através de relatórios técnicos teve esse resultado que pode ser acompanhado pelo comitê”.

Outro trabalho apresentado ao grupo veio através da equipe agronômica da gestora técnica Alessandra Durigan. No experimento, a Equipe de Campo Praga Zero demonstrou como faz levantamento de pragas, sendo que nesse ato foram encontrados Sphenophorus Levis e Diatrea saccharalis.

Finalizando a visita, a comitiva conheceu o acervo da Biblioteca da Canaoeste “General Álvaro Tavares Carmo”, terminando no Laboratório de Solos da Copercana, vendo de perto os serviços de análises de solos e de sacarose. “Acredito que em relação à área sustentável, que são as diretivas técnicas do protocolo, a Canaoeste atende todas com maestria e cumpre suas obrigações ali voltadas para a sustentabilidade, atendendo às demandas do Protocolo Etanol Mais Verde”, finalizou Soldera.

“Ficou claro o cuidado que a Canaoeste tem com seu associado em procurar trazer ali nessas distintas frentes, a melhor prestação de serviço possível para que ele possa justamente desenvolver a sua atividade produtiva da melhor forma na hora”, destacou Rafael Frigério que finalizou dizendo. “A Canaoeste está de parabéns, tivemos a condição de conhecer todo o trabalho de monitoramento e de organização para justamente termos o combate necessário. É justamente um trabalho com as ferramentas de alerta na detecção das ocorrências de fogo e mesmo toda essa organização para permitir que exista toda uma logística para quando tem a ocorrência do fogo que possa ter aí a melhor logística possível para minimizar os impactos tanto para o produtor como para a biodiversidade como um todo”.

“Costumamos dizer que a vida imita a arte, mas sabemos também que a vida imita a natureza. Então, como se fosse um grande ecossistema, percebemos que na Canaoeste os setores se completam, um utilizando o trabalho que o outro fez para dar sequência e aprofundando essa relação que existe não só entre os diferentes departamentos, mas entre os departamentos e associados”, frisa Carolina Matos que acrescenta. “Acreditamos que um arranjo dessa forma possibilita uma melhor qualidade ambiental, social com ganhos para todos. É uma coisa indivisível e isso traz um exemplo não só para as outras associações de fornecedores de cana aqui do Estado de São Paulo, mas para os produtores em geral de lidar, trabalhar em forma de associação para que realmente tenhamos acesso às tecnologias e possamos trabalhar em conjunto para defender os interesses dos produtores, sempre otimizando os ganhos, diminuindo riscos e qualquer outro problema”.

Por: Eddie Nascimento

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