SP aposta em inovação e financiamento para enfrentar impactos das mudanças climáticas na agricultura

Neste domingo, 16 de março, foi comemorado o Dia Nacional sobre a Conscientização das Mudanças Climáticas, momento no qual, o setor agrícola reflete sobre os desafios impostos pelas variações climáticas e as estratégias para manter a produtividade no campo. Em São Paulo, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento intensifica esforços para garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade da produção agrícola por meio do desenvolvimento de novas cultivares e incentivos financeiros para irrigação.
O Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, tem desempenhado um papel fundamental na pesquisa e desenvolvimento de plantas forrageiras mais resistentes às variações climáticas. Essas cultivares apresentam maior eficiência na absorção de nutrientes e impactos ambientais reduzidos, permitindo que a agropecuária paulista se adapte melhor aos desafios climáticos. Para viabilizar esses avanços, o Instituto conta com o Banco Ativo de Germoplasma (BAG), que armazena cerca de 2.000 genótipos de plantas forrageiras e mantém um herbário com 1.830 espécies.
“Estamos atentos às mudanças climáticas, assegurando a produção de alimentos com cultivares mais adaptados ao aumento da temperatura, às variações de chuvas e aos eventos climáticos extremos”, afirma o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai. O Instituto Agronômico (IAC), também vinculado à Apta, complementa essa estratégia ao desenvolver soluções genéticas inovadoras para culturas essenciais, como feijão, milho, café e cana-de-açúcar.
Além disso, o IAC tem investido na criação de porta-enxertos resistentes ao estresse hídrico, um fator crítico para a citricultura paulista.
Incentivo à Irrigação
Para minimizar os impactos da estiagem e otimizar o uso da água, o Governo de São Paulo lançou o Programa Irriga + SP, em parceria com a Desenvolve SP. A iniciativa disponibiliza uma linha de crédito de R$ 200 milhões, voltada para projetos que implementem sistemas de irrigação, energia fotovoltaica e práticas de agricultura de precisão. Com isso, busca-se não apenas mitigar os efeitos das mudanças climáticas, mas também garantir a continuidade da produção agrícola e fomentar o desenvolvimento regional.
O recurso, oriundo do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), tem como meta dobrar as áreas irrigadas no estado nos próximos quatro anos e atingir 15% de irrigação até 2030. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), áreas irrigadas são responsáveis por mais de 40% da produção global de alimentos, reforçando a importância desse investimento. No Brasil, o Atlas da Irrigação, publicado pela Agência Nacional de Águas (ANA), prevê a incorporação de 4,2 milhões de hectares irrigados até 2040, demonstrando a crescente relevância da prática para o setor agropecuário.
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