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Turbulência Global aumenta desafios para compras corporativas no agro

Impacto no diesel, fertilizantes e defensivos gera preocupação e demanda estratégias mais eficientes

As adversidades climáticas enfrentadas pelo agronegócio brasileiro em 2024, como secas severas e queimadas, comprometeram o rendimento de safras importantes. Contudo, outro fator elevou ainda mais os desafios do setor: as tensões geopolíticas. Esse cenário reforçou a importância das compras corporativas, tornando o planejamento estratégico de suprimentos essencial para produtores rurais e empresas agroindustriais de médio e grande porte.

Fatores como conflitos no Oriente Médio e no Leste Europeu, aliados à nova política comercial dos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump, geraram incertezas adicionais. A possibilidade de uma guerra comercial entre EUA e China também impactou a dinâmica do mercado. Segundo Alexandre Menezio, diretor da SCA Brasil Aliança, e seus sócios na AgriForce, Diego Lopes e Marcelo Soto, esses eventos influenciaram diretamente os preços de insumos, fretes e tributação, tornando o planejamento de compras ainda mais complexo.

Diante das incertezas do mercado, uma estratégia eficaz é negociar contratos no momento adequado e em volumes relevantes, garantindo previsibilidade e custos otimizados. Para Menezio, o sucesso nesse contexto depende do planejamento de aquisição de insumos e da gestão eficiente da logística, armazenagem e distribuição. “Investimos em inteligência de mercado para prever riscos, identificar oportunidades e fortalecer a relação entre fornecedores e clientes”, destaca.

Lopes e Soto ressaltam que o monitoramento constante de variáveis como oferta e demanda, riscos de abastecimento, novos fabricantes e oscilações no transporte é fundamental para determinar o momento ideal de compra. Eles enfatizam que um relacionamento sólido com fornecedores e consultorias especializadas permite aos produtores adotar estratégias que minimizam riscos e reduzem custos.

Comportamento dos preços em 2024

O diesel, essencial para a produção agroindustrial, registrou preços mais altos em 2024, impactado pelo aumento nas refinarias da Petrobras, pelo custo do biodiesel e por mudanças na tributação, como o retorno do PIS/COFINS e o reajuste do ICMS. Apesar da elevada importação de diesel russo ter mantido o mercado abastecido, momentos de demanda superior à oferta resultaram em volatilidade de preços, especialmente para aqueles que não possuíam contratos fechados antecipadamente.

No segmento de fertilizantes, os nitrogenados sofreram forte influência de leilões na Índia e dos conflitos no Oriente Médio, que impulsionaram os preços da ureia. O calor extremo em regiões produtoras como Egito e Irã impactou o fornecimento de gás natural, essencial para a produção de fertilizantes, pressionando os custos. No caso dos fosfatados, a baixa participação da China comprometeu a oferta e deve continuar afetando o mercado em 2025. Em contrapartida, o cloreto de potássio teve oferta confortável, favorecendo a relação de troca e estimulando a antecipação das compras no Brasil.

Panorama para 2025

Para o diesel, o desafio continua sendo a manutenção de uma paridade saudável entre o produto nacional e importado, evitando interferências na política de preços da Petrobras. Questões como o conflito entre Rússia e Ucrânia podem impactar o fornecimento global, tornando essencial o monitoramento contínuo do cenário macroeconômico.

Nos fertilizantes, a taxa de câmbio será um fator determinante para os custos em 2025. Em 2024, mesmo com preços internacionais mais baixos, a valorização do dólar frente ao real reduziu os ganhos dos produtores. A expectativa é que as oscilações cambiais continuem afetando os custos de importação.

No campo dos bioinsumos, o Brasil lidera o crescimento do setor, mas os altos custos ainda são uma barreira. Enquanto os fertilizantes biológicos seguem menos acessíveis, defensivos biológicos já apresentam opções eficientes no mercado, impulsionando sua adoção. A tendência é que, com avanços tecnológicos e maior competição, esses insumos se tornem mais atrativos.

Diante desse cenário, a busca por estratégias inteligentes e o uso de tecnologia, entre elas, a digitalização das compras corporativas tem sido uma estratégia-chave para otimizar custos e aumentar a eficiência, serão diferenciais para os produtores rurais em 2025. Por exemplo, a Aliança desenvolveu uma plataforma de gestão comercial em tempo real, permitindo a análise de custos e projeções de preços. Já a AgriForce implementou um marketplace de insumos agrícolas, que proporciona aos clientes acesso a análises de mercado, campanhas promocionais e fornecedores selecionados.

Neste contexto, o planejamento eficiente e a análise criteriosa do mercado serão essenciais para superar os desafios e garantir competitividade no agronegócio brasileiro.

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