Programa de Boas Práticas e Certificações – Ser eficiente é ter futuro
Ser eficiente é ter futuro
Respeitar o meio ambiente, manter uma relação ética no ponto de vista social e ser economicamente viável são os critérios para definirmos que nosso sistema de produção é sustentável.
Muitas vezes esquecido, o pilar econômico demanda uma atenção especial. Ao proporcionarmos um sistema de produção economicamente viável, nos mantemos em nossas atividades agrícolas e garantimos o sustento no negócio da família.
Considerando que ainda abordaremos assuntos voltados aos pilares éticos e ambientais, meu compromisso hoje é falar da importância do pilar econômico e como a gestão de custos poderá identificar a eficiência econômica da sua atividade que, além de manter seu negócio de pé, é premissa básica para o processo de certificação.
Lucro = Receita – Despesas
Embora seja uma equação simples, onde lucro é a diferença entre a receita versus despesas, é preciso garantir que todas as despesas sejam contempladas. Só com uma gestão de custo eficiente é possível ter dados reais do que se gastou.
Infelizmente, em sua grande maioria, os produtores não sabem o custo de produção para obter determinada quantidade de cana ou determinada quantidade de ATR por hectare.
A ideia é demonstrar, de uma maneira bastante simples, que nem sempre quem gasta menos é mais eficiente. O produtor da coluna A gasta mais, produz mais, mas a receita líquida é a menor entre os quatro, pois sua produção foi afetada pela qualidade da cana produzida. Os produtores B e C, mesmo com custos de produção diferentes, a receita líquida obtida no final está bem próxima comparando os dois produtores e, por fim, o produtor D, que teve menor custo de produção, não pode ser considerado o mais eficiente.
Após esta análise, precisamos identificar quais passos devemos seguir para garantir um controle dos custos das atividades agrícolas. Pois bem, o primeiro passo a ser dado pelo produtor que quer custear sua produção é o compromisso em manter o registro e as informações de todas as despesas, assim como os investimentos da fazenda e das atividades agrícolas. Ou seja, conhecer a fundo todas as contas ligadas as atividades agrícolas. Dependendo do nível de detalhamento e qualidade das informações poderemos chegar em resultados por fazenda, talhão, operador, fornecedor; entre outras coisas, o que garante melhor gerenciamento e oportunidades de negócio.
Vejamos esse exemplo hipotético, considerando que todos esses produtores estejam no mesmo estágio, mesmo corte, mesma variedade, mesmo ambiente de produção.
Considerando a operação de plantio e manejo da cultura, se detalharmos o que gastamos com insumos, combustível, serviços, pessoas, entre outras coisas, em certa área, é possível identificar que, ao final da safra, a renda/produtividade por talhão para, assim, avaliarmos se o custo de produção está viável ou não. Podemos também analisar se serão necessários ajustes e investimentos.
Outro ponto importante a ser considerado é aquele que se refere à mecanização. Ao acompanharmos o consumo de diesel, a manutenção e os reparos das máquinas, garantimos melhor funcionamento e durabilidade. Podemos identificar ainda se é preciso trocar essas máquinas ou a necessidade de orientação e treinamento ao operador, garantindo menor desgaste dos equipamentos e, consequentemente, redução do custo da operação.
A visão sistêmica do negócio, ou seja, conhecer a fundo suas atividades e registrá-las, traz a tranquilidade operacional e oportunidade de conhecer a saúde financeira do negócio a curto, médio e longo prazo. Para atingir estes objetivos, é importante elaborarmos o fluxo de caixa. Recursos como esse possibilitam saber onde seu negócio está em relação à questão financeira e permitem a tomada de decisões assertivas tornando o processo de gestão eficaz.
Hoje você consegue responder essas questões com números?
• Posso destinar recurso para investir naquele implemento agrícola ou devo esperar?
• É hora de amortizar aquele financiamento que venho pagando com regularidade?
• É melhor manter essa operação interna, com recurso próprio ou fazer através de prestação de serviço (terceirizado)? • É melhor eu comprar aquela máquina ou alugar?
• Gastar mais para produzir mais fará com que meu resultado seja melhor?
A maioria de nossos produtores toma essas decisões pelo famoso “feeling” achando que sim ou que não. Porém, um fluxo de caixa bem elaborado faz com que o produtor consiga ver a quantidade de dinheiro disponível em um determinado espaço de tempo que permitirá um plano estratégico eficiente a longo prazo.
Típico de nosso tipo de cultura, as culturas grandes, o período que precede a colheita passa a ser um período de maiores gastos, seguida de uma receita de maior volume advinda da colheita. Essa sazonalidade dificulta o fluxo de caixa, onde por vezes os pagamentos serão efetuados em meses que não se têm receita. Com informações de custo de suas atividades, é possível planejar estes pagamentos, ou mesmo se será preciso a realização de um empréstimo.
Conseguimos presumir a necessidade de um empréstimo e a quantia que iremos precisar para o custeio das atividades; a negociação deste pode ser feita de maneira assertiva, pois, a pesquisa do produtor das formas de pagamentos em diversos bancos e agências financiadoras, garante menores juros e por consequência, menores dívidas.
Outro ponto importante, é que não raras vezes, produtores misturam a empresa rural e a familiar no mesmo orçamento. Esse comportamento além de dificultar todo o processo de gestão, mascara a saúde financeira do negócio e a da família. O tempo todo, estamos expostos e somos chamados a tomar decisões para garantir a eficiência financeira, seja nos negócios ou na nossa família. Fazer essa separação é um dos pontos cruciais para iniciarmos com o processo de gestão de custos e fluxo de caixa.
Nossa atividade sempre foi considerada de risco, estamos sujeitos todo o tempo: à volatividade de preços; às condições climáticas; biológicas (pragas); e, às condições de financiamentos e outros desafios diários. Nessa hora, a previsibilidade traz a tranquilidade necessária e a oportunidade para decisões mais inteligentes.
A Canaoeste disponibiliza para os associados que querem dar o primeiro passo no controle financeiro um sistema de gestão atrelado ao Comitê de Boas Práticas e Certificações. O controle é um caminho sem volta. Procurem nosso comitê e participe conosco. Comecem o seu caminho rumo à sustentabilidade. Conte conosco porque JUNTOS NOSSA CANA É MAIS FORTE!
Por: Almir Torcato – Gestor Corporativo da Canaoeste