Segurança alimentar mundial: Brasil, papel de destaque
Nos dias 22 e 23 de agosto do corrente ano, estive presente no Auditório da Escola Americana da Universidade Presbiteriana da Mackenzie, na Cidade de São Paulo, onde foi realizado o III Congresso Nacional de Direito Agrário com o tema “Direito Agrário em Perspectiva Histórica e Projeções para o Futuro”.
Um dos painéis foi apresentado pelo ex-ministro da Agricultura do governo Collor, sr. Antônio Cabrera Mano Filho. Cabrera traçou um panorama geral sobre o agronegócio no mundo, partindo dos primórdios da agricultura indo até os estudos sobre perspectivas futuras sobre a segurança alimentar mundial.
Nesse panorama futuro sobre a segurança alimentar mundial, ele apresentou estudos da FAO (sigla em inglês para Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e da ONU (Organização das Nações Unidas) que comprovaram que, de acordo com a taxa de crescimento populacional mundial, nos próximos trinta e quatro anos o mundo precisará produzir a mesma quantidade de alimentos que gerou nos últimos oito mil anos.
A ONU estima que em 2050 o mundo terá uma população superior a 9,5 bilhões de pessoas, o que exigirá uma maior oferta de alimentos, de modo que a sua produção mundial cresça em 50% (cinquenta por cento) até então. É exatamente aí que o Brasil e sua agricultura ganham um papel de destaque no cenário mundial de produção de alimentos ainda maior do que já possui.
Cabrera ainda apontou que, de acordo com dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a oferta de alimentos deve crescer 20% (vinte por cento) nos próximos dez anos e que nesse período o Brasil irá expandir sua produção em 41% (quarenta e um por cento), enquanto que os Estados Unidos apenas 10% (dez por cento), União Europeia 12% (doze por cento) e China em 15% (quinze por cento). Vejam, senhores, que as perspectivas futuras são extremamente otimistas, contudo, o grande problema apontado por Cabrera é a abertura dos mercados mundiais para os produtos brasileiros. Dificuldade essa que demanda um olhar atento do governo a essa questão, de modo a buscar a abertura dos mercados mundiais e melhores acordos comerciais.
O papel do Brasil
Diante de todo esse panorama mundial traçado por Cabrera, fica claro que o Brasil já tem e terá um papel de destaque ainda maior no sentido de se assegurar a segurança alimentar mundial num futuro não muito distante, deixando nossos concorrentes para trás, sendo indispensável que o governo trace fortes políticas públicas para garantir a abertura de novos mercados com bons acordos comerciais internacionais.
Por fim, a mensagem que fica é que os agricultores brasileiros, desde a grande multinacional até o produtor familiar, devem ser respeitados e valorizados,pois serão responsáveis por alimentar não só as famílias brasileiras, mas também, toda a população mundial num futuro não tão distante.
Fonte: Revista Canavieiros
Escrito por: Diego Henrique Rossaneis – Advogado da Canaoeste
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