Moagem e produção de açúcar e etanol caem na primeira quinzena de maio no Centro-Sul

A safra 2025/26 começou com ritmo mais lento na região Centro-Sul do Brasil. Na primeira quinzena de maio, as unidades processadoras da região moeram 42,32 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, uma retração de 6,09% em relação às 45,06 milhões de toneladas registradas no mesmo período da safra anterior (2024/25).
No acumulado da safra até o dia 16 de maio, a moagem totalizou 76,71 milhões de toneladas, queda ainda mais expressiva de 20,24% ante as 96,18 milhões de toneladas do ciclo anterior. Os dados são da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA).
Operações em menor número
Nas duas primeiras semanas de maio, 21 unidades produtoras retomaram suas atividades, totalizando 242 unidades operando na região Centro-Sul. Destas 225 processam cana-de-açúcar, 10 produzem etanol a partir do milho, e 7 são usinas flex.
No mesmo período da safra passada, eram 248 unidades em operação, com ligeira diferença na distribuição de usinas flex e de milho.
Qualidade da matéria-prima em queda
O indicador de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), métrica que determina a qualidade da cana, também sofreu queda. Na quinzena, o ATR foi de 116,80 kg por tonelada, frente a 124,75 kg/t na safra anterior — retração de 6,37%. No acumulado da safra, o valor é de 112,25 kg/t, 5,07% abaixo do registrado no mesmo ponto do ciclo anterior.
Açúcar e etanol acompanham tendência de queda
A produção de açúcar atingiu 2,41 milhões de toneladas na primeira metade de maio, queda de 6,80% frente às 2,58 milhões de toneladas do mesmo período de 2024/25. No acumulado da safra, o total produzido foi de 3,99 milhões de toneladas, retração de 22,68% frente às 5,16 milhões do ano passado.
A produção de etanol também diminuiu. Foram 1,78 bilhão de litros no período, sendo 1,16 bilhão de etanol hidratado (-8,11%) e 616,78 milhões de anidro (-16,72%).
Desde o início da safra, o volume de etanol produzido soma 3,68 bilhões de litros, queda de 15,39%. O etanol hidratado representa 2,60 bilhões de litros (-14,72%) e o anidro, 1,08 bilhão (-16,98%).
Etanol de milho em alta
Contrariando a tendência geral, a produção de etanol a partir do milho apresentou crescimento significativo. Foram 359,90 milhões de litros na quinzena (+21,38%). No acumulado da safra, 1,08 bilhão de litros, avanço de 27,79% em relação ao mesmo período do ciclo anterior.
Vendas de etanol desaceleram
As vendas totais de etanol na primeira quinzena de maio somaram 1,34 bilhão de litros, queda de 5,13% em comparação com 2024/25. Dividindo os volumes:
etanol anidro: 491,52 milhões de litros (+3,94%) e etanol hidratado: 848,91 milhões de litros (-9,69%)
No mercado doméstico, a retração foi ainda mais perceptível: etanol hidratado: 828,22 milhões de litros (-10,37%) e etanol anidro: 483,31 milhões de litros (+2,21%).
Desde o início da safra, a comercialização total alcançou 4,11 bilhões de litros, com queda de 4,01%: hidratado: 2,68 bilhões de litros (-7,48%) e anidro: 1,44 bilhão de litros (+3,19%)
Créditos de descarbonização (CBios) já cumprem 69% da meta
Segundo dados da B3 até 26 de maio, os produtores de biocombustíveis emitiram 17,56 milhões de CBios em 2025. A soma de créditos disponíveis e já aposentados representa 69% da meta de descarbonização do Programa RenovaBio para o ano.
O total em posse de partes obrigadas, não obrigadas e emissores é de 27,79 milhões de créditos, mostrando bom ritmo no cumprimento da meta anual do setor.
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