Em novembro, os preços atingiram níveis recordes nominais na série histórica do Cepea

 O mercado de açúcar cristal branco em São Paulo mostrou capacidade de adaptação em 2024, mesmo diante de desafios internos e externos. A produção foi prejudicada por condições climáticas extremas, incluindo seca generalizada, queimadas e a disseminação de uma nova doença, a murcha, que impactou severamente os canaviais.

De acordo com análises do Cepea, a oferta limitada de açúcar, aliada à competição entre os diferentes destinos da cana-de-açúcar, destacou a busca das usinas por estratégias que maximizassem suas margens em um contexto de incertezas.

A safra 2024/25, iniciada em abril, começou com preços médios superiores aos registrados no mesmo período de 2023, impulsionados pela menor disponibilidade de açúcar branco no mercado interno. Isso ocorreu porque muitas usinas priorizaram a produção de açúcar VHP, voltado para exportação, e de etanol, favorecido pelo aumento na demanda doméstica por biocombustíveis. Contudo, essa tendência de alta não se manteve, e os preços do açúcar cristal passaram a recuar significativamente.

Entre os fatores que contribuíram para essa queda estão o aumento da produção nos primeiros meses da safra, a elevação dos estoques, a instabilidade cambial e a redução da demanda no mercado interno. Como resultado, os preços chegaram ao patamar de R$ 130 por saca de 50 kg.

A partir de agosto, no entanto, o mercado voltou a se fortalecer. Em novembro, os preços atingiram níveis recordes nominais na série histórica do Cepea, iniciada em 2003. A média mensal do Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ para São Paulo alcançou R$ 166,46 por saca de 50 kg, representando um aumento de 8,93% em relação a outubro.