As vendas de etanol hidratado continuam em trajetória ascendente na safra 2024/25, consolidando um crescimento expressivo de 17,3%. Apenas na primeira quinzena de fevereiro, a comercialização do biocombustível atingiu 1,39 bilhão de litros, registrando um aumento de 7,03% em comparação ao mesmo período do ciclo anterior.

No mercado interno, o volume de etanol anidro comercializado pelas unidades do Centro-Sul totalizou 548,03 milhões de litros, representando um crescimento de 14,79% em relação à safra anterior. O etanol hidratado, por sua vez, teve um avanço de 2,55%, alcançando 847,35 milhões de litros.

Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), destacou que as vendas de etanol hidratado no mercado interno seguem aquecidas há um ano, mantendo um patamar superior ao registrado na safra passada. “Entre os 367 municípios monitorados pela ANP na última quinzena, 209 apresentaram preços do etanol abaixo da paridade técnica com a gasolina, reforçando a expectativa de continuidade do consumo do biocombustível”, afirmou o executivo.

Desde o início da safra até 16 de fevereiro, as unidades do Centro-Sul comercializaram um total de 31,21 bilhões de litros de etanol, um crescimento de 10,49%. O volume acumulado de etanol hidratado foi de 20,05 bilhões de litros (+17,33%), enquanto o de anidro somou 11,17 bilhões de litros (+0,04%).

“A maior oferta de etanol neste ciclo, impulsionada pelo aumento da produção de etanol de milho e um mix mais alcooleiro das usinas de cana-de-açúcar, além da produção contínua até março, assegura o abastecimento interno, mesmo diante da atual competitividade do hidratado”, ressaltou Rodrigues.

Produção e moagem na temporada

Na primeira quinzena de fevereiro, a moagem de cana-de-açúcar pelas unidades do Centro-Sul foi de 244,78 mil toneladas, uma queda em relação às 548,58 mil toneladas processadas no mesmo período da safra anterior. No acumulado da safra até 16 de fevereiro, a moagem totalizou 614,40 milhões de toneladas, uma redução de 4,98% frente ao ciclo anterior.

Durante o período, 18 unidades produtoras estavam em operação no Centro-Sul: três usinas de cana, dez plantas de etanol de milho e cinco unidades flex. Na safra anterior, 16 unidades estavam operando no mesmo intervalo.

A qualidade da matéria-prima apresentou leve variação, com os Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) atingindo 134,74 kg por tonelada de cana na primeira quinzena de fevereiro, contra 138,74 kg no mesmo período da safra passada (-2,88%). No acumulado da safra, o índice ficou em 141,27 kg de ATR por tonelada, um crescimento de 1,24% em relação ao ciclo anterior.

A produção de açúcar totalizou apenas 7,23 mil toneladas nos primeiros 15 dias de fevereiro. Desde o início da safra até 16 de fevereiro, foram produzidas 39,81 milhões de toneladas, uma redução de 5,57% frente às 42,16 milhões de toneladas registradas no ciclo anterior.

No período analisado, a produção de etanol nas unidades do Centro-Sul foi de 380,62 milhões de litros. Do total, 95,84% (364,78 milhões de litros) foram derivados do milho, enquanto o etanol de cana-de-açúcar somou 15,84 milhões de litros.

No acumulado da safra, a produção total de etanol alcançou 33,57 bilhões de litros, um crescimento de 3,72%. O etanol hidratado somou 21,37 bilhões de litros (+10,05%), enquanto o anidro registrou 12,20 bilhões de litros (-5,77%). A produção de etanol de milho, por sua vez, disparou 31,97%, atingindo 7,14 bilhões de litros.

Mercado de Créditos de Carbono (CBios)

Segundo dados da B3, até 24 de fevereiro, os produtores de biocombustíveis emitiram 6,86 milhões de créditos de descarbonização (CBios) em 2025. O volume total de CBios disponíveis para negociação, considerando partes obrigadas, não obrigadas e emissores, chega a 22,93 milhões de créditos.

O avanço na produção e comercialização de etanol reafirma a relevância do biocombustível na matriz energética nacional, garantindo competitividade e segurança no abastecimento enquanto fortalece o mercado de créditos de carbono.