Atendendo a uma demanda direta dos produtores, a Canaoeste realizou nesta quarta-feira (14), no Sítio Canadá, em Sertãozinho-SP, o Workshop “Noções Básicas de Combate a Incêndio Agroflorestal”. Voltado a associados e colaboradores, o treinamento reuniu teoria e prática com foco no enfrentamento de incêndios em áreas rurais — um risco crescente neste período de estiagem e baixa umidade.

O evento teve como principal objetivo capacitar os participantes com técnicas de prevenção, combate e uso seguro dos equipamentos. A ação é uma resposta concreta aos prejuízos enfrentados por produtores no último ano, como explicou Fábio de Camargo Soldera, gestor operacional de Sustentabilidade da Canaoeste. “Muitos nos procuraram após grandes perdas e até hospitalizações causadas pelo fogo. Este workshop foi pensado para ampliar a prevenção e o preparo no campo”, afirmou. A proposta é levar a capacitação também às demais filiais da associação.

A programação foi dividida em dois momentos. Pela manhã, os bombeiros apresentaram a parte teórica, com destaque para os princípios básicos do combate a incêndios e a importância da preservação da vida. O cabo do Corpo de Bombeiros, Cleginaldo Rodrigues Pontes, explicou a dinâmica do fogo, o conceito do “Triplo 30” (temperatura acima de 30 °C, umidade abaixo de 30% e ventos acima de 30 km/h) e reforçou que 95% dos incêndios têm origem humana. “Prevenção é a chave”, destacou.

O subcomandante do 9º Grupamento de Bombeiros, Major Jean Gomes Pinto, também participou do evento e elogiou a iniciativa. Ele ressaltou que a atuação conjunta entre bombeiros e produtores é essencial para conter focos de incêndio antes que se tornem tragédias, pois a corporação tem uma capacidade máxima de atendimento. “A partir de um certo momento, a gente precisa de forças de apoio. Se tivermos pessoas preparadas na ponta, evitamos ocorrências graves e ganhamos tempo de resposta. Eventos como este são fundamentais para fortalecer essa rede de proteção”, disse.

Ele lembrou que foram queimados 1,2 milhões de hectares, sendo que quase 600 mil hectares foram na área de Ribeirão Preto – SP e região, o que mostra que não foi um fato corriqueiro e sim algo que será lembrado por décadas pela sua magnitude. “Isso mostrou que a gente precisa estar unidos com o mesmo objetivo e o dia de hoje acaba concretizando esse tipo de necessidade”, reforçou.

No período da tarde, os participantes colocaram a teoria em prática com simulações de combate a incêndios, sob supervisão técnica.

Bruno Rastelli Junior, produtor atingido por incêndios na região de Pontal no ano passado, elogiou a iniciativa. “Foi muito produtivo. Ganhamos conhecimento direto, prático e aplicável. Só temos a agradecer à Canaoeste”.

Marco Roberto Guidi, vice-presidente da associação, destacou a importância de repetir ações como esta. “Foi um ensino técnico, claro e leve. A seca exige esse tipo de preparo. O objetivo é que todos saiam daqui mais conscientes e mais preparados”, ressaltou.

Almir Torcato, gestor executivo da Canaoeste, reforçou o papel da entidade como catalisadora de soluções. “Estamos aqui para escutar, agir e oferecer apoio real. Fazer o básico bem-feito e no tempo certo salva vidas e lavouras”, afirmou.

O workshop contou com o apoio das empresas SugarBrasil Química, Gascom e Ultraseg, que apresentaram seus produtos e serviços na ocasião, e marca o início de uma série de ações da Canaoeste voltadas à prevenção e resposta a incêndios na safra 2025/26.