Atualmente, o mercado de açúcar enfrenta uma série de desafios e oportunidades que impactam diretamente os preços do produto. Entre os principais fatores que influenciam esses preços estão a arbitragem de importação da China e a paridade com o etanol. Embora a demanda tenha mostrado um ritmo mais lento, especialmente por parte da China, outros países, como Bangladesh, Malásia e Argélia, têm aumentado suas compras de açúcar brasileiro desde outubro de 2024. Este comportamento pode ter sido um dos principais fatores que impactaram os preços no mercado global.

Além disso, o respiro macroeconômico e os rumores sobre uma safra menor no Centro-Sul do Brasil entram como elementos que podem pressionar os preços para cima no curto prazo. Desde o vencimento do contrato em maio, o açúcar bruto com vencimento em julho encontrou resistência em sua recuperação, atingindo níveis tão baixos quanto 16,97 centavos de dólar por libra-peso, uma marca que não era vista nos últimos quatro anos.

Fatores de alta e respostas do mercado

De acordo com análises da Hedgepoint Global Markets, as entregas brasileiras superiores às expectativas em março e maio são possivelmente as principais razões por trás dessa resistência nos preços, combinadas com a tímida reação do principal importador, a China. A empresa também aponta que a perspectiva positiva para a safra 2025/26 do Centro-Sul brasileiro contribui para uma tendência de baixa no mercado, especialmente após o período restrito de nomeação de navios em abril.

Lívea Coda, coordenadora de Inteligência de Mercado da Hedgepoint Global Markets, explica que a crescente dependência do mercado internacional da disponibilidade de açúcar do Brasil aumenta a volatilidade dos preços. Ela alerta que qualquer discrepância entre as estimativas de produção e os números reais pode causar flutuações mais intensas nos preços, algo que não era tão comum no passado.

O impacto das condições climáticas e expectativas de produtividade

Apesar de um início de safra 2025/26 não tão promissor, com a cana que está sendo processada apresentando uma produtividade inferior devido a um desenvolvimento prejudicado, as chuvas de abril trouxeram alívio. Essas precipitações foram benéficas para as lavouras, especialmente no meio e no final da temporada, ajudando a melhorar o VHI (Índice de Vegetação de Diferença Normalizada) e a manter a umidade do solo. Embora as expectativas de produtividade para a primeira moagem não sejam as melhores, espera-se uma recuperação significativa nos números futuros, conforme as condições climáticas continuem favoráveis.

Tendências de preço e perspectivas no mercado internacional

Os preços do açúcar continuam a oscilar em torno de 17,5 centavos de dólar por libra-peso, com dois fatores críticos que merecem atenção: a arbitragem de importação da China e a paridade com o etanol. Segundo a Hedgepoint, apesar da demanda mais lenta, especialmente da China, os aumentos de demanda de outros países têm compensado, fazendo com que fatores do lado da oferta, ou até mesmo o cenário macroeconômico, tenham mais influência nos preços atuais.

O relatório ainda indica que o respiro macroeconômico e os rumores sobre uma safra menor no Brasil são vistos como os principais fatores de alta para o curto prazo. A continuação da recuperação das lavouras e a retomada das exportações brasileiras devem continuar impactando as flutuações de preços de forma significativa.