São quase cinco décadas prestando relevantes serviços socioculturais à comunidade

A biblioteca “General Álvaro Tavares Carmo”completou 49 anos de história no dia 14 de dezembro. Para comemorar o aniversário, reuniu representantes do poder público, privado e consulentes, na Biblioteca “General Álvaro Tavares Carmo”, já que são quase cinco décadas prestando relevantes serviços socioculturais à comunidade sertanezina e região. 

A Biblioteca da Canaoeste foi fundada pelo ex-presidente da Canaoeste Fernandes dos Reis (in memorian), em 14 de dezembro de 1972, com o objetivo de oferecer aos associados e seus dependentes um acervo cultural como fonte de pesquisa e conhecimento. O empreendimento recebeu o nome de General Álvaro Tavares Carmo em homenagem ao presidente do IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool) da época, que doou a primeira coleção de livros sobre cana-de-açúcar para a biblioteca.

Desde a sua fundação até 2011, a biblioteca atuou atendendo um público específico formado por associados, cooperados e colaboradores do Sistema Copercana, Canaoeste, Sicoob Cocred e Sicoob Cred Copercana. A partir de abril de 2012 passou a oferecer os serviços ao público de forma geral, sem a necessidade de vínculo com as entidades. Desde então, a Biblioteca da Canaoeste deixou de ser privada para se tornar uma biblioteca comunitária gratuita, recebendo também a visita de estudantes, pesquisadores, crianças, adultos e idosos.

Seu acervo atualmente conta com mais de 10 mil títulos para retirada por empréstimo; Audioteca com cds, fitas cassete e discos de vinil; vídeos técnicos e documentários; computadores; centro de documentação e Wi-Fi.

A biblioteca oferece ainda atividades extras como: palestras; oficinas de artesanato; contação de histórias; teatro; recepção de visitantes (Casa Pia, escolas, moradores de abrigos, dentre outras); Férias da Biblio (com atividades) e o projeto de leitura Leia Brasil.

Há 10 anos, o bibliotecário Haroldo Luís Beraldo está à frente da biblioteca “General Álvaro Tavares Carmo” e aplaude com orgulho mais um aniversário em que ele está vivenciando. “Esse é um projeto supervitorioso. Já é quase meio século e sou muito grato pela oportunidade de fazer parte dessa história há 10 anos. Ou seja, 1/5 de tudo isso eu posso dizer que participei. Buscamos transformar a biblioteca em um local que seja acessível não só para os nossos associados, para os funcionários, mas também para a comunidade. Um país que é tão carente de equipamentos culturais, de equipamentos de acolhimento da comunidade e da população mais vulnerável. Tentamos trabalhar nesse sentido, mantendo o espírito de atendimento sociocultural, mas também com uma intenção de acolhimento da comunidade, que é uma das funções de equipamentos das bibliotecas”, explicou Beraldo.

O idealizador da biblioteca também foi destacado por Beraldo. “Ao que me foi passado pelo senhor Manoel Ortolan (in memorian), senhor Fernandes dos Reis (in memorian) tinha um apreço muito grande pela educação e pela cultura. Era um homem de erudição e nas viagens que fazia gostava de visitar bibliotecas e museus, pois além de apreciar esse tipo de ambiente, tinha curiosidade. E foi por esse apreço que colocou esse projeto em prática lá atrás e hoje estamos sustentando há quase cinco décadas”. 

Simbólica Confraternização

Uma simbólica confraternização para comemorar o aniversário da biblioteca reuniu pessoas que pensam nela como forma de cultura comunitária, social, transformadora e acolhedora.

Essa biblioteca é um belíssimo trabalho da Canaoeste, pouquíssimas empresas  têm essa preocupação. Eu venho aqui e vejo crianças acompanhadas de seus pais que são recepcionadas pelo Haroldo com o maior carinho e atenção. Na biblioteca as pessoas têm os primeiros contatos com a literatura, muitos começam com um gibi e passam a ler livros robustos tamanho do prazer pela leitura. Acho extremamente importante esse trabalho de divulgação da cultura que é feito pela biblioteca “General Álvaro Tavares Carmo”, disse o professor Egydio Neves Neto.

“A falta de incentivo do governo federal para área cultural é um desastre que não sei quantas décadas vamos demorar para recuperar. Para as bibliotecas nem se fala. O exemplo mais vivo que temos é a falta de cuidado com a  própria Biblioteca Nacional, um patrimônio brasileiro entregue literalmente às traças. Quando vemos um trabalho como esse que é oferecido pela biblioteca da Canaoeste, ficamos entusiasmados e emocionados e ver principalmente que a história vai se fazendo de outra maneira. Parabéns à biblioteca e que ela tenha uma vida muito longa. Precisamos muito de bibliotecas, de livros e de pessoas”, comentou a assessora de cultura, Sônia Maria Sarti.

“A minha ligação com essa biblioteca vem exatamente desde que ela foi aberta, em 1972. Naquela época já fazíamos teatro e tínhamos os grandes festivais, então escrevíamos os textos na máquina de datilografia e tinha que rodar no mimeógrafo porque não existia xerox. A biblioteca da Canaoeste então começou a nos amparar ali, pois rodávamos os textos gratuitamente no seu mimeógrafo. Desde então não sai mais dessa biblioteca que é uma casa para mim. Participo muito ativamente dos trabalhos do Haroldo, e aqui faço teatro, poesia, assisto filme, e de vez em quando venho a tarde para ouvir música no disco de vinil. Esse é um patrimônio que a Canaoeste mantém e que poucos lugares têm algo parecido, se toda empresa tivesse sua biblioteca seria uma maravilha”, destacou o produtor cultural, Zéluiz de Oliveira.

“Sinto-me orgulhoso dessa iniciativa do meu pai. Ficou caracterizado que ele estava certo, pena que estamos numa fase difícil de cultura e de extinção de biblioteca. Mas estou imensamente feliz por ver que esse projeto implantado por meu pai lá atrás deu certo e que hoje estamos aqui prestigiando esses 49 anos e todo o serviço que essa biblioteca presta à comunidade. Com certeza meu pai deve estar aplaudindo e feliz com tudo isso. Parabenizo o Haroldo pelo trabalho que ele realiza, essa estrutura e o acervo estão impecáveis”, disse o presidente da Canaoeste, Fernando dos Reis Filho.     

“Sempre gostei de ler e uma professora me falou sobre essa biblioteca. Minha mãe passou a trazer eu e meu irmão aqui. Acho esse espaço muito legal, têm muitos livros e o Haroldo é bem atencioso e até dá dicas de livros legais”, disse Lara Claros Pirota, de 10 anos

“Essa biblioteca sempre foi vista com muito bons olhos e principalmente conduzida com muito carinho pelo seu fundador e por todos os que passaram por aqui e particularmente pelo Haroldo, que há 10 anos realiza o seu trabalho com dedicação fazendo o livro chegar às pessoas. Essa biblioteca tem uma visão futurista porque na verdade está além do produto da associação, além da questão cana, ela traz entretenimento, cultura, difunde autores, inclusive autores locais. Quero parabenizar a associação por essa iniciativa muito bem conduzida e com sucesso total até porque 49 anos não são 49 dias”, ressaltou o secretário de Cultura e Turismo de Sertãozinho, Marcelo Pelegrini. 

Por: Fernanda Clariano