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Mercado do açúcar vive pressão de baixa com ampliação da oferta global

O mercado global de açúcar tem enfrentado uma conjuntura desfavorável, marcada pela predominância de fatores baixistas e expectativas crescentes de uma maior oferta mundial. Na semana iniciada em 6 de junho, os contratos futuros do açúcar bruto recuaram mais de 3%, encerrando-se a 16,49 centavos de dólar por libra-peso — um patamar não registrado desde junho de 2021. À época, os preços ainda se recuperavam dos impactos da pandemia da COVID-19 e de um ciclo prolongado de excedente global, conforme avaliação da Hedgepoint Global Markets.

Essa trajetória de queda se intensificou a partir de 2 de junho, logo após o anúncio da Petrobras sobre a redução de 5,6% no preço da gasolina, com aplicação imediata a partir do dia seguinte. Como consequência, o valor pago pelas distribuidoras em Paulínia – SP caiu de pouco mais de R$ 3,00 para R$ 2,86 por litro.

Segundo Lívea Coda, Coordenadora de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, essa queda nos preços da gasolina impacta diretamente as projeções para o etanol. “Como o etanol possui cerca de 70% do conteúdo energético da gasolina, seu valor está intrinsecamente atrelado ao combustível fóssil. Quando a gasolina fica mais barata, o etanol rapidamente atinge seu limite de paridade energética, tornando-se menos competitivo e reduzindo sua atratividade”, explica.

Etanol pressionado pela gasolina limita potencial do açúcar

No atual cenário, o etanol segue com baixa paridade em relação ao açúcar. Mesmo com oscilações regionais, em São Paulo, o adoçante permanece pagando um prêmio — cotado a 14,75 centavos de dólar por libra-peso, segundo dados da Hedgepoint. Embora algumas regiões tenham se aproximado de uma equivalência maior, as previsões indicam que o mix de produção deve seguir favorecendo o açúcar, especialmente considerando que muitos exportadores estão previamente protegidos a preços superiores aos atuais.

Exportações mantêm ritmo firme, mas Ásia impõe nova pressão

Os dados da SECEX referentes às exportações de maio indicam uma performance sólida: a região Centro-Sul embarcou cerca de 2,1 milhões de toneladas, levemente acima da média histórica. Com a inclusão do Norte-Nordeste, o volume total de exportações brasileiras no mês alcançou aproximadamente 2,25 milhões de toneladas. A expectativa é de que os embarques se acelerem ainda mais em junho, ampliando a oferta global no curto prazo.

No que se refere aos destinos, a China mantém comportamento oportunista: embora haja rumores sobre redução nas compras para a safra 2024/25, o país continua adquirindo volumes relevantes quando os preços se mostram vantajosos. Em contrapartida, Argélia, Indonésia e Bangladesh reduziram consideravelmente suas importações em relação ao ano anterior, mantendo volumes abaixo da média — exceto nos anos atípicos de 2022 e 2023, quando a oferta brasileira esteve limitada entre janeiro e maio.

Oferta asiática amplia cenário de fraqueza nos preços

A Ásia tem tido papel central no movimento de queda dos preços. Na Índia, embora o excesso de chuvas tenha levantado dúvidas quanto ao cronograma do plantio da safra 2025/26, nenhuma agência oficial revisou suas projeções. “Ao contrário, os dados mais recentes indicam que o país pode registrar excedente de açúcar por ao menos duas safras consecutivas, com oferta líquida acima de 30 milhões de toneladas na temporada 2025/26”, destaca Lívea Coda.

Além disso, as exportações contínuas da Tailândia seguem adicionando pressão ao mercado internacional, o que dificulta qualquer tentativa de recuperação dos preços no curto prazo.

“Embora o número de dias de moagem perdidos em maio tenha se mantido próximo da média histórica, será em junho que os dados mais concretos sobre produtividade deverão aparecer”, finaliza Lívea Coda, da Hedgepoint.

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